agosto 2024
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A doença do carrapato mais conhecida com febre maculosa, que é uma doença capaz de infectar animais e seres humanos.
Além dela, existe um outro grupo de doenças que são causadas por esses parasitas, e que podem causar grave risco à saúde, pois eles são portadores de bactérias e vírus.
E, não apenas quem tem bichinho de estimação está exposto a elas, pois esses carrapatos normalmente são encontrados espalhados pela natureza em busca de um hospedeiro.
Por isso, é importante conhecer mais sobre essas doenças e seus riscos em potencial para poder evitá-las.
Sumário
O que é a doença do carrapato?
As doenças do carrapato são um grupo de infecções graves causadas pela picada, ou mordida, de um carrapato contaminado com vírus, bactéria ou até mesmo protozoário.
Apesar de serem mais comuns em animais, principalmente o cachorro e outros animais silvestres, também não é incomum ver a doença do carrapato em humanos.
Elas são bastante perigosas, podendo causar um risco potencial para a saúde, pois, para eliminá-las, tratamento específico para evitar a disseminação do agente infeccioso responsável pela doença.
E ainda, o tratamento deve ser iniciado quase que imediatamente após a descoberta dos sintomas para evitar o aparecimento de complicações.
Doença do carrapato em humanos
A doença do carrapato mais comum em território brasileiro é a Febre Maculosa, também chamada de Rickettsiose ou Febre das montanhas rochosas.
Ela é uma infecção que pode ser extremamente grave transmitida pelo carrapato-estrela, mas pode ser transmitida por outras espécies, infectado por uma bactéria chamada de Rickettsia rickettsii.
O que ocorre é que, geralmente, é que o carrapato pode se infectar ao picar algum animal infectado pela bactéria, de um carrapato a outro no ato da cópula e mãe carrapato para larva.
Uma vez infectado, o carrapato é capaz de transmitir a doença por toda a vida, que varia em média de 18 a 36 meses.
Esse carrapato hematófago pode ser encontrado em animais de grande porte (bois cavalos etc.) cães, aves domésticas, roedores e, especialmente, na capivara, o maior de todos os reservatórios naturais.
No Brasil, a doença já foi registrada em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Pernambuco, mas não é impossível que ocorram em outros lugares.
Doença do carrapato é contagiosa
Como você já sabe a febre maculosa é uma doença do carrapato em humanos e animais, entretanto é preciso que o carrapato infectado fique pelo menos umas duas horas fixado na pele das pessoas.
A transmissão ocorre diretamente quando o carrapato morde a pessoa, transferindo a bactéria diretamente para a corrente sanguínea, pois ela fica alojada nas glândulas salivares do carrapato.
Não existe transmissão da doença de uma pessoa para outra, e nem de pessoa para animal, portanto se o bichinho de estimação estiver doente, não quer dizer que você não vai adoecer se mantiver contato com ele.
Entretanto, é preciso ter cuidado ao manusear carrapatos, pois o contato com os fluídos e tecidos deste parasita, pois o contato com o carrapato transmissor da doença pode te fazer ficar doente.
Por isso, é importante combater os parasitas imediatamente para evitar que eles possam infectar.
Doença do carrapato sintomas
Agora que você já conhece um pouco mais sobre a transmissão, é fundamental também entender quais os sintomas da doença do carrapato.
Um dos primeiros sintomas da doença do carrapato é a marca da picada que pode levantar a suspeita da doença.
Encontrar a marca da picada pode ser importante para a suspeita diagnóstica diante de um quadro típico.
Entretanto, essa pode ser uma tarefa não muito fácil, pois geralmente não há coceira no local da picada.
Os primeiros sintomas, tendem a aparecer de dois a 14 dias após a picada, mas é comum que apareçam a partir do 7° dia.
A bactéria circulante na corrente sanguínea causa vasculite, ou seja, causa lesão na camada dos vasos.
Com isso vão surgindo sintomas, bastante semelhantes aos sintomas de outras infecções, como:
- Febre
- Dor de cabeça
- Mal estar
- Dor nos músculos
- Dor nas juntas e articulações
- Náuseas
- Vômitos
- Diarreia
- Dor abdominal
- Tosse
- Inchaço
- Eritema conjuntival (olhos vermelhos)
- Petéquias (Rash)
- Manchas vermelhas na pele
O rach é um dos últimos sintomas a surgir, e também é um dos mais característicos, pois está presente em 90% dos pacientes que desenvolveram doença do carrapato.
Surge de 3 a 5 dias após o início dos demais sintomas, e se caracteriza por ser uma lesão inicial com bolhas avermelhadas.
E, depois de um tempo, tornam-se petéquias (uma pintinha hemorrágica semelhante à picada), que podem ocasionar sangramentos abaixo da pele.
Os rashs normalmente se iniciam nos tornozelos, punhos e se espalham pelo tronco, podendo afetar a palma das mão e a sola dos pés, mais comumente em fases tardias da doença.
A presença de rash na palma da mão e na sola dos pés ajudam a diferenciar a doença do carrapato de outras doenças como sarampo, rubéola, dengue hemorrágica, por exemplo.
Como diagnosticar a doença do carrapato em humanos?
Para saber se você está com a doença do carrapato é fundamental procurar auxílio de um profissional de saúde, como o infectologista.
Esse profissional pode te pedir exames de sangue para fazer testes sorológicos que vão detectar os anticorpos produzidos pelo seu organismo para combater a bactéria.
Testes feitos em sangue que identificam anticorpos produzidos pelo nosso organismo ao entrar em contato com a bactéria.
Alguns dos testes mais comuns utilizados pelos médicos, são:
- Testes de Imunofluorescência Indireta – RIFI (faz diagnóstico em 95% dos casos)
- Teste de Imunoensaio de enzima – EIA
- Fixação de complemento – CF
- Aglutinação em látex – LA
- Hemoaglutinação indireta – IHA
- Microaglutinação – MA
E, apesar disso, alguns exames apresentam limitações, pois pacientes previamente tratados tendem a diminuir a quantidade de anticorpos, o que pode dificultar a detecção.
Testes sorológicos não identificam o tipo específico de Rickettsia causadora da infecção
Mas uma vez positivo, o resultado é definitivo (100% de especificidade), levam tempo e Não se pode esperar a positividade do exame para se iniciar o tratamento
Para confirmar doença ativa, ou seja, para podermos dizer que a doença do carrapato é a causa dos sintomas, é necessário confirmação diagnóstica.
Este exame consiste em retirar um pedacinho de pele lesionada (rash) e analisá-las em microscópio com métodos específicos.
Outros testes que podem detectar a doença do carrapato:
- Teste de imunofluorescência direta
- Teste imunoenzimáticos
- Teste molecular em biópsia de pele
- Testes moleculares no sangue (para identificar a espécie de bateria)
Doença do carrapato tem cura?
A doença do carrapato tem cura! Mas é preciso ser rápido na identificação da doença, pois o tratamento deve iniciar no máximo até o segundo dia do aparecimento dos sintomas.
De modo geral, o tratamento se dá por meio da administração de antibióticos como a tetraciclina e o clorafenicol.
O indicado é manter o uso do antibiótico por 14 dias, e observar a regressão dos sintomas nesse meio tempo, inclusive da febre.
Pois é natural que nas primeiras doses administradas o quadro comece a regredir e evolua para a cura total.
Sequelas da doença do carrapato
É importante esclarecer que o atraso no diagnóstico da doença do carrapato e, consequentemente, o início tardio do tratamento pode provocar complicações graves e até mesmo ser fatal.
Pois, quando o tratamento com antibióticos não é introduzido logo nos primeiros dias de sintomas, a doença pode progredir e atingir o sistema nervoso central, afetar rins e causar necrose de tecidos.
As sequelas podem ser graves, incluindo surdez e paralisia em membros, e além disso a doença pode evoluir para quadros onde apresentam os seguintes sintomas:
- Edema (inchaço de membros inferiores)
- Hepatoesplenomegalia (aumento do fígado e baço)
- Meningite, meningoencefalite (inflamação do cérebro)
- Insuficiência renal
- Complicações pulmonares como Pneumonia, edema, Insuficiência respiratória
- Arritmia cardíaca
- Coagulopatia (alteração da coagulação do sangue)
- Sangramento cutâneo (da pele)
- Sangramento digestivo
- Sangramento pulmonar
- Necrose de pele
Outras doenças causadas por carrapatos
Além da febre maculosa, que a doença do carrapato mais comum no território brasileiro também existem algumas outras doenças que podem ser transmitidas por carrapato:
Doença de Lyme
É uma doença transmitida pelo carrapato do gênero Ixodes, quando infectado com a bactéria Borrelia burgdorferi.
Ela é mais comum no território norte americano, principalmente nos Estados Unidos da América e também na Europa.
Os sintomas podem levar até 30 dias para surgirem após a mordida e infecção pela bactéria.
O mais comum é notar inchaço, vermelhidão local, e em alguns casos podem desencadear dor de cabeça, dor muscular e nas articulações, febre, calafrios e rigidez na nuca.
O tratamento deve ser iniciado o mais brevemente possível para enviar o avanço da doença e também possíveis complicações.
Normalmente, envolve a administração Doxiciclina de acordo com a orientação do médico. Em alguns casos, pode ser também recomendada a realização de sessões de fisioterapia.
Doença de Powassan
É uma doença rara que pode ser transmitida pela mordida do carrapato infectado pelo vírus Powassan.
O vírus é transmitido pelo carrapato do gênero Ixodes, no entanto, o vírus pode ser transmitido rapidamente para a pessoa, dentro de minutos, enquanto que na doença de Lyme a transmissão da doença demora até 48 horas.
Os principais sintomas da doença do carrapato causado por esse vírus são os sintomas comuns como febre, dor de cabeça, vômitos e fraqueza.
No entanto, esse vírus é conhecido por ser neuroinvasivo, resultando no aparecimento de sinais e sintomas graves.
Pois, causa inflamação e inchaço do cérebro, a encefalite, ou inflamação do tecido que envolve o cérebro e a medula, recebendo o nome de meningite.
Além disso, a presença desse vírus no sistema nervoso pode causar perda de coordenação, confusão mental, problemas para falar e perda da memória.
Embora não exista tratamento, é necessário encaminhar o paciente para o hospital para que seja avaliada a necessidade de internação ou de procedimentos.
Babesiose
É uma doença do carrapato infeccioso que também pode acometer as pessoas através doa mordida do carrapato, infectado por um protozoário do gênero Babesia spp.
Os sintomas podem surgir em até 4 semanas após o contato com o carrapato, podendo desencadear episódios de febre, dor de cabeça, calafrios, suor frio, dor muscular, cansaço excessivo e fraqueza.
Há casos em que as pessoas não sabem que estão infectadas, pois é possível que desenvolvam quadros assintomáticos.
Em pessoas idosas, entretanto, os sintomas podem se apresentar com maior gravidade e deixando o organismo frágil e debilitado.
O tratamento consiste no uso de antiparasitários ou antibióticos de acordo com a gravidade dos sintomas.
Erliquiose
Erliquiose é uma doença de carrapato transmitida pela bactéria Ehrlichia chaffeensis, conhecida por afetar diretamente as células sanguíneas e interferir no funcionamento do sistema imunológico.
Os sintomas, normalmente, surgem 12 dias após a mordida do carrapato, resultando em febre, dor de cabeça, calafrios, dor muscular, cansaço excessivo, náuseas, vômitos e mal-estar geral.
O tratamento para erliquiose envolve a administração de remédio para doença do carrapato, Doxiciclina de acordo com a orientação do médico.
Tularemia
A tularemia é uma doença de carrapato pouco frequente, que pode ser transmitida através da mordida do carrapato infectado pela bactéria Francisella tularensis.
Os sintomas surgem de 3 a 14 dias após a mordida do carrapato, a presença de uma ferida que demora para cicatrizar, febre alta, calafrios, dor no peito, dor de garganta e mal estar geral pode estar associada com a doença.
O tratamento envolve a administração de antibióticos, devendo ser indicado para garantir a eliminação da bactéria e prevenir o desenvolvimento de complicações.
Agora você já conhece tudo sobre a doença do carrapato
Através desse conteúdo, buscamos apresentar o que é a doença do carrapato, quais são as formas de transmissão e como é feito o diagnóstico e o tratamento.
Para evitá-la, é fundamental manter os carrapatos longe dos seus animais de estimação, portanto sempre que possível, e após um passeio, verifique se não há carrapatos grudados.
Utilize sempre éter ou clorofórmio diretamente no carrapato e depois, com auxílio de uma pinça devidamente esterilizada, puxar o carrapato diretamente pela cabeça, pois assim é possível evitar que partes da boca do carrapato permaneçam na pele.
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