Herpes zoster: Sintomas e tratamento

janeiro 2023

Leitura: 15 min.

Herpes zoster é uma doença, conhecida também pelo nome de cobreiro, que é caracterizada pela formação de pequenas vesículas na pele. 

Essas vesículas costumam coçar bastante e podem vir acompanhadas de uma dor intensa que pode perdurar por meses e até mesmo anos.

E, consequentemente interferir na qualidade de vida de quem é acometido por essa doença, pois ainda não existe cura para a herpes zoster.

Apesar de não existir cura para a doença, é possível realizar um tratamento para atenuar os sintomas promovendo uma melhora na saúde do paciente.

Desse modo, é importante conhecer mais informações sobre essa condição, saber como diagnostica-la e quais são os tratamentos disponíveis no mercado atualmente.

O que é herpes zoster?

Herpes zoster é uma doença causada pelo vírus da varicela-zóster, o mesmo vírus causador da varicela e, que também é popularmente conhecida como Catapora.

Ou seja, todos os indivíduos que tiveram catapora estão sujeitas a desenvolver herpes zoster, pois a principal característica desse vírus é permanecer em estado de latência (adormecido) em gânglios localizados nos nervos espinhais e cranianos.

Podendo permanecer silencioso pelo resto da vida ou, de uma hora para outra, se manifestar causando toda a sintomatologia da doença. 

Herpes zoster sintomas

O sintoma mais comum para o herpes zoster é o aparecimento de lesões eruptivas na pele, acompanhada de pequenas bolhas (vesículas) agrupadas, com forma sinuosa.

Essas lesões surgem principalmente nas regiões intercostais, ou na face, mas não é incomum surgirem nos membros superiores e na cabeça podendo se estender para outras áreas do corpo.

Essas vesículas são cheias de líquido e frequentemente estão cercadas por uma área avermelhada característica de inflamação. 

Com o passar do tempo essas bolhas criam cascas, que formam crostas secas e caem deixando uma cicatriz que desaparece com o tempo. 

Apesar de discretas, as lesões podem ser bastante numerosas se misturando uma com as outras e formando uma confluência. 

A dor causada por herpes zoster, ou nevralgia , é decorrente do caminho feito pelo vírus que provoca inflamação do nervo exatamente nos locais onde as lesões surgem. 

Geralmente, em pessoas mais jovens a dor é fraca e até mesmo inexistente, mas ela se torna um problema quando atinge pessoas de idade mais avançada. 

Pois ela pode perdurar por meses, exigindo a prescrição de medicamentos potentes para eliminar a dor.

Além desses dois sintomas, a herpes zoster também pode desencadear sintomas como:

  • Dor 
  • Febre 
  • Cansaço 
  • Formigamento local
  • Ardor 
Pessoa com herpes zoster

Herpes zoster transmissão

O que causa herpes zoster é o contato com o líquido da vesícula de uma pessoa infectada, essa maneira de contágio é exclusiva para aquelas pessoas que nunca tiveram contato com o vírus anteriormente.

Ou seja, aquelas pessoas que nunca tiveram catapora na infância ou na vida adulta, pois todos os indivíduos que já tiveram catapora estão aptos a desenvolver herpes zoster após um processo de reativação do vírus.

Apesar da catapora desaparecer, o vírus não é eliminado do organismo, permanecendo de forma latente no sistema nervoso, e permanece silencioso nas terminações nervosas por anos até ser reativado.

A doença pode acometer homens, mulheres, jovens e até crianças, apesar de ser mais comum entre idosos, consequência da queda natural de suas defesas do corpo com o avançar da idade. 

Alguns estudos defendem que o vírus pode reativar quando há falhas no sistema imunológico.  Que pode ocorrer em decorrência das seguintes situações:

  • Infecções virais, como a COVID 19;
  • Situações de estresse;
  • Avanço da idade, principalmente em pessoas acima de 55 anos;  
  • Aparecimento de doenças crônicas;
  • Uso de determinados medicamentos;
  • Imunossupressão, como contaminação HIV;
  • Presença de tumor (linfoma ou leucemia);

Diagnóstico

O diagnóstico do herpes zoster é feito, geralmente, através da análise dos sintomas do paciente, principalmente quanto há a formação de vesículas.

Para a confirmação do resultado e da presença do vírus, pode ser feito o exame de PCR para confirmar a presença do vírus e também a imunofluorescência direta para o antígeno do vírus.

Em alguns casos, e quando há complicações, pode ser recomendado a realização de exames complementares para avaliação da eventual lesão atípica (biópsia, por exemplo).

Vale ressaltar que para quadro onde há apenas o desenvolvimento de vesículas, o profissional dermatologista pode diagnosticar e fornecer o tratamento adequado.

Quando além da vesículas há também a manifestação de dor, é preciso procurar um infectologista para o diagnóstico e tratamento.

Herpes zoster tem cura? 

Na maioria dos casos, a doença evolui para o desaparecimento dos sintomas de maneira espontânea, e o vírus pode voltar a ficar inativo.

Mesmo que nada seja feito é bem provável que os sintomas comecem a desaparecer na primeira semana, entretanto a recuperação total pode levar até 4 semanas, quando não há complicações.

A herpes zoster é uma doença que ainda não tem cura, e após aparecimento dos sintomas ela poderá ter reincidência.

Herpes zoster tratamento

O tratamento para herpes zoster se baseia no controle dos sintomas (extensão, tempo e gravidade), principalmente para pessoas que não possuem risco de agravamento.

Desse modo, o tratamento sintomático deverá inicia o mais breve possível, e pode incluir analgésicos, antitérmicos e anti-histamínicos para redução da coceira. 

A higienização também é fundamental para evitar infecções secundárias e contaminação de terceiros, o médico pode receitar o uso de antibióticos. 

Em casos onde há risco de agravamento, é importante realizar um tratamento precoce a fim de diminuir a possibilidade de instalação da nevralgia, da dor intensa, especialmente nas pessoas acima de 40 anos.

Pois esse costuma ser o sintoma mais difícil de lidar por quem é acometido por herpes zoster. 

Para esse tipo de tratamento se fundamenta no uso de medicamentos: antiviral oral (Aciclovir ou seus derivados) e analgésicos. 

Dependendo do grau de manifestação e dor, os medicamentos analgésicos podem variar entre os mais simples para os mais potentes. 

O tratamento com antiviral deve ter inicio logo que surgir as primeiras manifestações das vesículas, na maioria dos casos utiliza-se o Aciclovir.

Esse medicamento é um antiviral, e encontra-se predominantemente na forma de comprimidos, ele foi um dos primeiros medicamentos a auxiliar o tratamento de herpes zoster.

A administração deve ser feita de quatro em quatro horas, que é seu aspecto negativo, quando comparado com outros medicamentos.

Quanto mais cedo iniciar o tratamento do herpes zoster menores serão os risco de surgirem complicações. 

Possíveis complicações

Apesar dos sintomas desaparecerem de maneira natural, o herpes zoster pode levar a algumas complicações graves. Entre as complicações mais comuns destacamos:

  • Neuralgia pós-herpética: Dor de longa duração (+ 3 meses) que permanece após o desaparecimento das lesões na pele.
  • Varicela hemorrágica ou disseminada: Ocorre, geralmente, em pessoas que possuem sistema imunológico comprometido é de alta mortalidade;
  • Síndrome de Ramsay Hunt: É a reativação do vírus varicela-zoster ocorre no nível do gânglio geniculado do nervo facial, caracteriza-se pelo desenvolvimento de paralisia facial periférica e lesões no pavilhão auricular.
  • Ataxia cerebelar aguda: Pode comprometer a coordenação motora do indivíduo. 
  • Infecções bacterianas secundárias na pele: as quais podem levar a problemas como artrite, endocardite, meningite e pneumonia;
  • Infecção do feto;
  • Síndrome de Reyne: a qual se destaca pela inflamação do cérebro
  • Herpes zoster no olho:  como necrose aguda da retina, conjuntivite e esclerite, levando a uma inflamação na córnea conhecida como ceratite. 

Em alguns casos de complicações por herpes zoster é necessário ter o apoio de uma equipe multidisciplinar com profissionais de várias áreas.

herpes zoster vacina

Existe vacina contra herpes zoster? 

Existe uma vacina para herpes zoster que ajuda na prevenção da catapora em crianças e em adultos, sua distribuição é gratuita pelo sistema único de saúde.

Pois, a catapora costuma ser a porta de entrada do vírus herpes zoster então é fundamental evitar a doença.

Pessoas com mais 50 anos, podem adquirir e tomar a vacina para tratamento da herpes zoster em clínicas privadas, onde a mais comum é a Zostavax.

A indicação dessa vacina é para pessoas acima dos 50 anos, pois é a fase em que apresentam mais chances de desenvolver a doença.

Desse modo, além de reduzir um pouco a possibilidade de reativação do vírus, essa vacina previne a incidência da neuralgia pós-herpética e seus quadros dolorosos. 

Felizmente, em junho de 2022, a vacina Shingrix (GSK) passou a ter o seu uso liberado em solo brasileiro.

Ela é uma vacina com o vírus inativado, que deve administrada em duas doses com intervalo de 2 meses entre cada dose, e com indicação para adultos com 50 anos ou mais, e pessoas com imunocomprometimento a partir de 18 anos.

A eficácia da Shingrix é superior a 90% na prevenção do herpes zoster, fazendo com que ela seja mais eficiente do que a Zostavax.

A vacina contra herpes zoster preço pode variar de R$ 400,00 a R$ 600,00 para cada dose de Zostavax, e de de R$ 800,00 a 1.000,00 para cada dose de Shingrix.

Agora você já conhece sobre a doença 

Por meio desse conteúdo buscamos apresentar de maneira simples e objetiva informações sobre a herpes zoster, uma doença causada pelo mesmo vírus da catapora.

Caso tenha percebido algum sintoma, não esqueça de procurar auxílio de um profissional de saúde para tratar dos sintomas e indicar o tratamento mais adequado.

Se você já teve catapora na infância e possui idade acima dos 50 anos, considere tomar a vacina contra herpes zoster para evitar casos graves da doença.

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