dezembro 2022
Leitura: 15 min.
A intolerância à lactose é uma condição onde o organismo é incapaz de digerir a lactose, um tipo de açúcar encontrado no leite, e nos seus derivados.
Quem é acometido por essa condição, ao beber leite, pode sentir muito desconforto intestinal, e ainda outros sintomas, como náuseas e enjoos.
Estima-se que a cada 10 pessoas, no mundo, 7 apresentam os sintomas de intolerância, e apenas 80% dos casos buscam ajuda profissional e recebem um diagnóstico.
Ou seja, a maioria das pessoas convive com essa condição sem saber, pois existem diferentes níveis de intolerância à lactose, e os sintomas podem impactar a vida de um indivíduo de diferentes maneiras.
Por isso, é fundamental conhecer mais informações sobre essa condição, quais são seus sintomas, formas de obter um diagnóstico para um possível tratamento.
Sumário
O que é a intolerância à lactose?
A intolerância à lactose é uma condição que ocorre quando organismo de um indivíduo não é capaz de produzir a lactase, uma importante enzima que é responsável por fazer a digestão da lactose.
A lactose é um dissacarídeo presente no leite e, consequentemente, em seus derivados, e para que ela seja digerida é necessário que haja a produção da enzima lactase, responsável por quebrar as suas moléculas.
Ou seja, quando uma pessoa possui deficiência na produção de lactase todos os alimentos que contém a lactose não serão digeridos e absorvidos da maneira correta.
E, assim, como reação adversa, o individuo será acometido pelos sintomas de intolerância à lactose.
A intolerância à lactose é diferente, e não deve ser confundida com a alergia ao leite, que é uma reação imunológica adversa a composição proteica do leite.
Nesta condição, é preciso apenas a ingestão de uma pequena quantidade de leite para desencadear os sintomas.
Enquanto na intolerância a lactose pode ter diversos níveis dependendo da quantidade de alimentos lácteos consumidos e da capacidade do organismo em digerir esses alimentos.
Níveis de intolerância a lactose
Existem três tipos diferentes de intolerância à lactose que classificadas de acordo com a origem da intolerância, e podem ter impactar a vida de um indivíduo de maneiras diferentes.
Primária
São pessoas que produzem lactase o suficiente para suprir as necessidades desde a infância, onde a dieta é rica em laticínios.
Com a maturidade e a mudança nos hábitos alimentares a produção de lactose diminui naturalmente, mas ainda é suficiente para digerir a quantidade de lactose ingerida em uma dieta adulta.
Entretanto, em algumas pessoas a produção de lactase não consegue dar conta da dieta rica em produtos láticos, e você provavelmente terá alguma dificuldade de digerir esses produtos.
Esse é o tipo mais comum de intolerância à lactose.
Secundária
Geralmente ocorre quando após uma doença, cirurgia de remoção de alguma porção do intestino, diminui a produção de lactase.
As doenças associadas à intolerância secundária à lactose incluem infecção intestinal, doença celíaca, supercrescimento bacteriano e doença de Crohn.
O tratamento pode restaurar os níveis de lactase e melhorar os sinais e sintomas, embora possa levar algum tempo.
Congênita
É a mais rara, é quando os bebês já nascem com intolerância a esse dissacarídeo, por causa de uma falha na produção de lactase.
Essa condição é transmitida através do DNA, passando de geração para geração e transmitida de pais para filhos que contém a variação no gene.
Bebês prematuros também podem ter intolerância, por conta do baixo nível de produção de lactose.
Sintomas de intolerância à lactose
Segundo alguns dados, da pesquisa realizada pelo Datafolha, 40% dos brasileiros apresentam algum nível de intolerância à lactose, mas apenas 4% receberam um diagnóstico adequado.
Os demais continuam convivendo com os sintomas sem saber que possuem a condição, pois os sintomas são variáveis, dependendo do seu nível de intolerância.
Os sintomas para intolerância à lactose, podem surgir em até 30 minutos após a ingestão de alimentos que contenham lactose em sua composição (leites, sorvete, queijo, manteiga e etc).
Dentre os principais sintomas de intolerância podemos destacar:
- Dor e inchaço abdominal;
- Diarreia;
- Gases;
- Azia;
- Náusea;
- Dor de cabeça.
Em crianças e bebês, a condição pode causar perda de peso e falha de desenvolvimento, e sua manifestação se dá por cólicas e mal-estar.
Como descobrir intolerância à lactose?
Agora que você já conhece os principais sintomas de intolerância à lactose, provavelmente está se perguntando “como saber se sou intolerante a lactose?”
Você deve procurar um profissional de saúde, pois o gastroenterologista, o nutrólogo ou o alergologistas são os profissionais indicados para fazer o exames de diagnóstico.
Primeiramente, o médico levará em conta o histórico de saúde do paciente e também o tempo em que ele apresenta os sintomas.
Pois, pode ser que o paciente tenha outras doenças que também sejam responsáveis pela má-digestão.
E antes mesmo de realizar testes específicos de intolerância a lactose, o médico pode indicar que o paciente retire os produtos lácteos da sua dieta.
Desse modo, é possível acompanhar o aparecimento dos sintomas durante algumas semanas, eliminando a possibilidade de outros quadros clínicos.
Após o período de restrição, o médico pode marcar outros exames para diagnosticar a intolerância à lactose.
Exames
Para confirmar o diagnóstico pode ser que você precise realizar uma das três opções de exame para intolerância a lactose.
Portanto, saiba que as principais opções de exames são: teste de intolerância à lactose, teste de hidrogênio na respiração e teste de acidez nas fezes.
Como é feito o exame de intolerância:
- Ele oferecido pelo SUS ou você pode procurar uma clínica particular.
- Nesse teste, o paciente deve estar em jejum e receber uma dose de lactose.
- Aguarda-se algumas horas e depois é realizado o exame de sangue para intolerância à lactose onde são medidos os níveis de glicose.
- Se os níveis de glicose permanecerem inalterados o resultado de intolerância à lactose é positivo.
O teste de hidrogênio é feito com o paciente soprando um aparelho, semelhante ao teste de bafômetro, esse aparelho irá detectar a presença de gases da fermentação, se estiverem elevados é um possível diagnóstico positivo.
Enquanto o teste de acidez nas fezes é mais indicado para bebês e crianças jovens, onde é medida a quantidade de lactose presente nas fezes.
Ainda é possível realizar um teste genético de intolerância à lactose, esse exame analisa o gene MCM6, responsável pela regulação da produção da lactase, enzima que faz a digestão da lactose no organismo.
Tratamento
A intolerância à lactose não é considerada uma doença, e sim uma carência do organismo, portanto não existe um tratamento para acabar de vez com a intolerância a lactose.
Dessa forma, ela pode ser controlada através de dietas que eliminem, ou reduzam a ingestão de produtos lácteos, ou então por meio de medicamentos que recomponham os níveis de lactase.
Dependendo do seu nível ou grau de intolerância, o médico pode suspender totalmente a ingestão de alimentos lácteos para aliviar os sintomas.
Portanto, é bem provável que você tenha que evitar alimentos como:
- Leite de vaca, queijos, manteiga, requeijão e demais derivados de leite;
- Preparações à base de leite (bolos, pudins, cremes, entre outros);
- Bolachas e biscoitos que possuem leite em sua composição.
Também é possível que o médico considere fracionar a ingestão de laticínios ao longo do seu dia para que você possa digerir esses alimentos com mais facilidade.
Uma outra possibilidade de atenuar os sintomas é incluir, na sua sua rotina alimentícia, a ingestão da enzima lactase adicionando-a em alimentos por meio de medicamentos.
Dessa, maneira sempre que você for consumir alimentos que contenham lactose a enzima irá quebra-la antes e durante a ingestão do alimento.
O remédio para intolerância a lactose, ou seja a enzima lactase, deve ser ingerido alguns minutos antes da alimentação para contribuir com a digestão.
Alimentos sem lactose
Nos últimos anos, a condição ganhou bastante visibilidade e a indústria alimentícia passou a produzir alimentos sem lactose, ou com lactose reduzida, que podem ser incluídos na sua dieta.
Ainda é possível criar um cardápio fácil para quem tem intolerância, com substitutos de alimentos derivados de leite.
Por exemplo, as oleaginosas como castanhas e a soja são opções de alimentos utilizados para criar produtos semelhantes ao leite, e sem lactose, podendo ser utilizado como base para alimentos.
Também já é possível encontrar no mercado uma vasta variedade de leites para quem tem intolerância a lactose que já contenham a enzima lactase em sua composição, e eles se estendem para derivados como iogurte, sorvetes, queijos
Esse alimentos também são uma opção de alimentos para quem tem crianças, ou um bebê com intolerância à lactose.
Crise de intolerância a lactose o que fazer?
Se você descobriu a intolerância à lactose em meio a uma crise, suspenda imediatamente a ingestão de alimentos lácteos.
O ideal é manter-se hidratado, uma vez que um dos principais sintomas de quem tem intolerância é a diarreia.
Não há uma estimativa exata de quanto tempo dura uma crise de intolerância à lactose, podendo ser variável.
Porém, sabe-se que os desconfortos começam de 30 minutos a 2 horas após a ingestão de alimentos que contenham a lactose.
E, portanto, a crise tende a passar e diminuir assim que o organismo eliminar a lactose.
Por fim, evite o consumo de alimentos com lactose e procure um médico para obter o diagnóstico adequado.
Agora você já conhece os sintomas de intolerância a lactose
A intolerância à lactose pode causar diversos impactos na vida de uma pessoa, inclusive uma piora na sua qualidade de vida.
Além dos aspectos negativos como à restrição de alguns alimentos com importante valor nutricional.
Por isso, é fundamental buscar pelo diagnóstico, e posteriormente adequar a sua dieta para minimizar os impactos dessa condição, e também garantir que a sua saúde esteja em dia.
Continue lendo mais
Chá Caseiro Para Tosse: Conheça as Melhores Opções
Unhas fracas e moles: O que fazer?
Autocuidados para hemorroidas: 9 sugestões
Glicose 150 é normal? Descubra!
Surto de gripe: O que é e como se proteger?
Carteirinha do idoso: Saiba como fazer a sua!