Congelamento funcional: O que é e como tratar?

maio 2024

Leitura: 12 min.

O congelamento funcional é uma resposta do seu sistema nervoso que pode fazer com que você “trave” e não apresente resposta a diferentes situações.

Ele pode atingir as pessoas em diferentes níveis, agindo no sistema motor ou psicológico, gerando bloqueios que podem afetar a qualidade de vida de um indivíduo.

Por isso, é importante entender o que pode desencadear essa condição e principalmente o que fazer para melhorá-la.

Foi pensando nisso que elaboramos um conteúdo completo sobre congelamento funcional para  que você possa eliminar as suas principais dúvidas.

O que é congelamento funcional?

O congelamento funcional pode ser definido como a ausência total de movimentos aparentes, exceto aqueles responsáveis pela respiração.

Podemos dizer que ele é uma resposta universal presente em diferentes espécies de mamíferos, ela faz parte de uma das respostas defensivas desencadeadas principalmente pelo nosso sistema nervoso.

Essa reação pode ser condicionada (quando o indivíduo aprende) ou então não condicionada quando surge de estímulos ou situações específicas.

Nos seres humanos, ela se apresenta como uma resposta decorrente a estímulos, ou seja, uma resposta involuntária do organismo a situações estressantes ou ameaçadoras.

Mulher enfrentando o congelamento funcional

Sintomas de congelamento funcional

Embora seja difícil anteceder o congelamento funcional, existem alguns sinais que podem indicar que ele está prestes a acontecer, como: 

  • Estado de hiper-alerta;
  • Aumento da frequência cardíaca;
  • Tensão no corpo e nos músculos (imobilidade tônica);
  • A energia parece acumulada, mas não pode ser liberada;
  • Respiração superficial e rápida

O congelamento funcional pode acometer diferentes partes do corpo que podem incluir:

  • Braços: peso, incapacidade de movê-los
  • Pernas: presas no lugar, incapacidade de se afastar
  • Fala: mudo, dificuldade em encontrar palavras
  • Cognição: incapacidade de processar informações recebidas

Por que ocorre? 

Os estudos em animais para a compreensão desse mecanismo de defesa são mais avançados do que em humanos.

Entretanto, alguns pesquisadores sugerem que o congelamento funcional é a via mais antiga do nosso desenvolvimento, e se deve a resposta do nervo vago.

Esse nervo desempenha um papel fundamental no nosso organismo, pois ele transmite a mensagem entre o cérebro e outras partes do nosso corpo. 

Ele responde a sinais de perigo extremo, fazendo com que fiquemos imóveis. Isto significa que responderemos ao medo, paralisando e desligando. 

Além disso, há um componente muito importante para o congelamento funcional que sugere que há a atuação tanto do nosso sistema simpático quanto do parassimpático.

Os sistemas simpáticos e parassimpáticos são dois tipos de divisões do sistema nervoso autônomo, o qual processa e integra estímulos do corpo e do ambiente externos. 

O sistema simpático e o parassimpático atuam em momentos diferentes, em momentos de repouso e descanso o parassimpático está no comando, enquanto simpático atua em situações estressantes ou quando há uma ameaça desencadeando assim uma resposta de luta ou fuga.

No caso do congelamento funcional, presume-se que haja uma dominância maior do sistema parassimpático que desencadeia a inibição comportamental e é acompanhada da desaceleração da frequência cardíaca. 

Entretanto ainda a sua fenomenologia e bases neurológicas em humanos permanecem inexploradas. 

O que pode desencadear o congelamento funcional?

Algumas das causas que podem desencadear o congelamento funcional são:

  • Estresse Traumático: O congelamento funcional tem grandes chances de estar associado a situações de estresse extremos ou a traumas, como acidentes, ou experiências que possam desencadear essas respostas. 
  • Pressões Externas: Situações que demandem alto desempenho ou que sejam estressantes, como por exemplo uma reunião importante, são passíveis de desencadear o congelamento.
  • Ansiedade: O TAG (transtorno de ansiedade generalizada) pode contribuir para o congelamento funcional, dependendo da intensidade do estímulo recebida pela pessoa.

Ou seja, diversos fatores podem desencadear o congelamento funcional. É importante tomar conhecimento das situações que funcionam como um gatilho para tentar evitá-las e assim minimizar os possíveis danos.

Como tratar o congelamento funcional?

Como o congelamento funcional pode ter diversos gatilhos, e isso vai depender principalmente de pessoa para pessoa procurar a psicoterapia pode ser uma ótima solução.

Além de ajudar você a explorar com segurança os seus possíveis gatilhos, ela pode contribuir para que você construa uma tolerância ao estresse.

Geralmente, essa resposta ao estresse está relacionada a experiências negativas do passado, e nesse sentido, é possível trabalhar para se reconectar com o seu corpo reduzindo o medo e a ansiedade.

Apesar de não ter cura, é possível observar uma melhora considerável e até mesmo redução dos casos de congelamento funcional. 

Homem na psicóloga

Como sair do congelamento funcional?

Existem algumas técnicas que podem contribuir para que uma pessoa deixe o estado de congelamento funcional, são elas: 

Respiração diafragmática

A respiração diafragmática ajuda a se conectar com o nosso sistema nervoso, reativando-o e trazendo você de volta para a janela de tolerância.

Ela consiste em alguns passos simples, como:

  • Puxe o ar pelo nariz contando mentalmente até quatro; 
  • Segure o ar nos pulmões contando mentalmente até dois;
  • Solte o ar pela boca contando mentalmente até seis;

Essa técnica também é muito utilizada para ajudar a reduzir a ansiedade, por isso pode ser aproveitada em casos de congelamento funcional. 

Exercícios de foco

Ajudam a retirar o foco do gatilho e esvaziar a mente, pode-se utilizar a técnica 5-4-3-2-1 que consistem em nomear:

  • 5 coisas que você consegue ver;
  • 4 coisas que você consegue sentir;
  • 3 coisas que você consegue ouvir;
  • 2 coisas que você consegue cheirar;
  • 1 coisa que você consegue provar;

Estímulo bilateral

Quando se sentir muito ansioso ou em um ambiente que possa te gatilhar, você pode fazer exercícios de toque irão ajudar a acalmar o seu sistema nervoso;

Esses exercícios ajudam a atrapalhar os dois lados do cérebro e são uma ótima terapia para se recuperar do trauma.

Para fazer esse exercício siga os passos:

  • Coloque sua mão direita no seu ombro esquerdo;
  • Coloque sua mão esquerda no seu ombro direito;
  • Comece a dar tapinhas alternados nos ombros;
  • Note as sensações no seu corpo e continue até se sentir melhor;

Fortalecimento da mente

Fortalecimento da mente ajudam você a se manter no momento presente, e envolve o desenvolvimento de habilidades de foco que são muito importantes para evitar o congelamento funcional.

Você pode praticar meditação em casa, por exemplo, colocando uma música relaxante e utilizando óleos essenciais para aromatizar o ambiente.

Jogar xadrez, fazer jardinagem, cozinhar uma receita fora do horário de almoço habitual podem trazer benefícios para a sua mente.

Atividade física

A atividade física desencadeia a liberação de uma série de hormônios que ajudam a desestressar, e por isso ela pode ser uma importante aliada para evitar episódios de congelamento funcional.

Desse modo, passa a incluir na sua rotina atividade física regular, como dança, yoga, natação e outras atividades. 

Livro de Yoga
Livro de Yoga

Agora você já sabe tudo sobre congelamento funcional

Através desse conteúdo buscamos apresentar o que é o congelamento funcional, por que ele ocorre, quais são seus sintomas e formas de tratamento. 

Não esqueça que é possível encontrar profissionais de psicologia que atendam online, por isso não perca tempo e marque já a sua consulta.

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