Linfócitos altos: O que pode ser?

janeiro 2024

Leitura: 15 min.

Os linfócitos altos, podem ser os principais indicadores de que o seu sistema imunológico está lutando para combater algum tipo de infecção.

Embora na maioria das vezes não signifique nada com que você precise se preocupar, de fato, existem algumas doenças que podem causar aumento na quantidade de linfócitos e que podem representar um risco maior à saúde, e portanto requerem uma atenção.

Por isso, é importante estar atento aos outros sintomas que podem surgir em conjunto com os linfócitos altos para saber quando é necessário buscar orientação médica.

E, para que você possa entender melhor sobre o porquê isso acontece, preparamos um conteúdo cheio de informações.

O que significa linfócitos altos? 

Os linfócitos altos, também conhecidos por linfocitose, ocorrem quando o número de linfócitos na corrente sanguínea é maior do que a quantidade esperada para um indivíduo sadio da mesma idade.

Essas células fazem parte de um grupo de células chamadas de glóbulos brancos (leucócitos), que atuam no nosso sistema imunológico e lutam contra agentes que podem desencadear infecções.

Um número alto na quantidade dessas células pode indicar que o seu organismo está tentando combater alguma infecção, geralmente viral. Entretanto, em alguns casos, esse aumento pode ser preocupante e tratar de uma condição mais séria.

Médica analisando a contagem de linfócitos altos

Qual valor é considerado linfócito alto?

A quantidade de linfócitos geralmente pode ser visualizada através de um exame de sangue chamado de hemograma completo.

Ou seja, esse exame avalia todas as células presentes no sangue e quantifica o número de linfócitos circulantes.

Geralmente ele é solicitado pelo médico quando há desconfiança de que o paciente esteja passando por uma infecção grave ou talvez uma doença autoimune.

Além do hemograma completo, o médico pode solicitar um exame mais detalhado que é a contagem de leucócitos, onde virá discriminado o percentual de linfócitos nesse exame. 

De uma maneira geral, os resultados do hemograma sugerem que há uma quantidade de linfócitos altos quando são verificados mais de 3900 linfócitos por mm³ de sangue.

Por fim, o resultado do exame deverá ser avaliado pelo médico que fez a sua solicitação, e que possui o seu histórico médico.

O que pode causar linfócitos altos? 

Se o seu exame de sangue registrou o número de linfócitos típicos altos pode significar que o seu corpo está tentando combater uma infecção ou outra condição inflamatória.

Isso porque os linfócitos são responsáveis por atacar os organismos invasores que podem te deixar doente, existem inúmeras condições que podem ser responsáveis por um aumento na quantidade de linfócitos, por isso preparamos uma lista com as mais comuns.

Infecções bacterianas

Embora em uma menor proporção do que as infecções virais, as infecções bacterianas podem ser responsáveis por aumentar o número de linfócitos circulantes na corrente sanguínea.

As infecções bacterianas são causadas por algumas espécies de bactérias que são patogênicas e podem desencadear alguns tipos de reações em nosso organismo.

Um exemplo, é a tuberculose que é uma doença que atinge os pulmões, causada pela bactéria denominada bacilo de Koch.

Além da tuberculose, a pneumonia bacteriana também pode alterar a contagem de linfócitos altos, bem como a coqueluche que é uma infecção respiratória, transmissível causada pela bactéria Bordetella pertussis.

Embora cada condição apresente as suas próprias características e sintomas é importante estar atento aos sintomas e informar ao médico caso esteja com suspeita de algum tipo de infecção bacteriana.

Infecções virais

Mais comumente do que as infecções bacterianas, as infecções virais são mais comuns de causar linfócitos altos.

Gripes são causadas pelos vírus Influenza, tendem a ser muito contagiosas e até mesmo causar surtos de gripe, ao combatê-las o organismo utiliza o sistema imunológico.

Por isso, se você esteve gripado recentemente é comum que linfócitos e leucócitos altos apareçam no seu hemograma.

Outras infecções, como a mononucleose, causada pelo vírus Epstein-Barr é um dos vírus mais comuns em humanos, cuja infecção ocorre pela transferência oral de saliva, os sintomas incluem fadiga, febre, irritação na pele e glândulas inchadas. 

O sarampo, que também é uma infecção viral e altamente contagiosa, acomete principalmente crianças até 1 ano de idade que não foram vacinadas.

Ela se caracteriza pelo aparecimento de sintomas como manchas vermelhas na pele e na garganta, olhos vermelhos, tosse e febre.

Uma outra infecção viral que também pode ser responsável pelo aparecimento de linfócitos altos do hemograma é a hepatite, que se caracteriza por causar  uma inflamação no fígado, perda de peso e apetite.

Lembre-se que outras infecções virais podem causar aumento na quantidade de linfócitos, isso porque a presença de vírus no organismo estimula o funcionamento do sistema imunológico, havendo aumento no número de linfócitos.

Entretanto, apenas um hemograma não é o suficiente para determinar qual é a infecção, por isso o médico deverá avaliar outros sintomas e também solicitar exames complementares para diagnosticar o problema.

Doenças crônicas

O aparecimento de doenças crônicas também pode ser responsável por causar alterações no sistema imunológico. Em alguns casos de doenças específicas isso pode resultar em linfocitose.

Tudo depende de como a doença pode afetar o corpo, e como é a resposta imunológica do organismo frente aquela doença. 

Entretanto, como a linfocitose não é específica é importante que o médico possa investigar outras possíveis condições.

Doenças autoimunes

Algumas doenças autoimunes podem causar linfócitos altos por conta de uma resposta do organismo aos processos inflamatórios e disfunções imunológicas associadas a doenças autoimunes. 

As principais doenças autoimunes são:

  • Artrite Reumatoide: Uma doença autoimune que afeta principalmente as articulações, mas que pode ter manifestações sistêmicas, levando a um aumento nos linfócitos no sangue.
  • Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES): Uma condição autoimune que pode afetar várias partes do corpo, incluindo articulações, pele, rins e outros órgãos.
  • Doença de Crohn e Colite Ulcerativa: Essas são doenças inflamatórias intestinais crônicas que têm componentes autoimunes. Elas podem estar associadas a um aumento nos linfócitos.

Leucemia crônica linfocítica

A leucemia linfocítica crônica é o tipo mais comum de leucemia em adultos, ela é caracterizada pelo desenvolvimento de células malignas na medula óssea.

Ou seja, essa doença causa o aumento expressivo na quantidade de linfócitos, e embora seja comum uma evolução lenta com sintomas difíceis de serem percebidos, em alguns casos ela pode evoluir muito rapidamente.

Alguns sintomas que podem levantar o sinal de alerta sobre essa doença são: 

  • Ínguas inchadas nas axilas, virilha ou pescoço
  • Suor durante a noite
  • Perda de peso
  • Fraqueza
  • Febre
  • Calafrios 
  • Cansaço excessivo

Ao suspeitar de leucemia é importante passar pela avaliação de um clínico geral que poderá solicitar os exames e fazer o encaminhamento para outros médicos. O tratamento poderá consistir no transplante de medula ou então na quimioterapia. 

Paciente fazendo hemograma

Leucemia linfocítica aguda 

É um outro tipo de câncer que surge também na medula óssea, que é o órgão responsável pela produção de células sanguíneas.

Caracteriza-se por impedir a maturação dos linfócitos na corrente sanguínea e desse modo eles não podem desempenhar a sua função de maneira correta. 

Desse modo, a medula óssea passa a produzir mais linfócitos para compensar a deficiência que pode resultar num valor de linfócitos altos no seu exame. 

Esse câncer é mais comum em crianças, e possui muitas chances de cura, esse tipo de câncer também não é incomum em adulto.

Os principais sintomas são:

  • Palidez da pele; 
  • Sangramentos no nariz;
  • Roxos nos braços;
  • Pernas e olhos;
  • ínguas no pescoço, virilha e axilas;
  • Dor nos ossos;
  • Febre;  

Ao suspeitar de leucemia é importante passar pela avaliação de um clínico geral que poderá solicitar os exames e fazer o encaminhamento para outros médicos. O tratamento poderá consistir no transplante de medula ou então na quimioterapia. 

Linfoma

O linfoma é um tipo de câncer que surge a partir de linfócitos doentes e assim ele pode afetar qualquer parte do sistema linfático, atingindo órgãos como o baço, timo, amígdalas e as ínguas. 

Apesar da grande quantidade de tipos de linfomas, os mais conhecidos são os linfomas de Hodgkin e não-Hodgkin. 

Os principais sintomas são:

  • O aparecimento de caroços na região do pescoço, virilha, clavícula, barriga e axila;
  • Febre;
  • Suor noturno;
  • Emagrecimento sem causa aparente;

Ao suspeitar de linfoma é importante passar pela avaliação de um clínico geral que poderá solicitar os exames e fazer o encaminhamento para outros médicos. O tratamento poderá consistir no transplante de medula ou então na quimioterapia. 

Estresse

O estresse de lidar com doenças ou condições crônicas pode contribuir com o aparecimento de linfócitos altos no hemograma.

Principalmente pacientes que possuem condições cardíacas, epilepsia ou então fazem o uso de epinefrina. 

Desse modo, é importante estar atento, pois os sintomas podem variar dependendo da condição que está causando o estresse.

Linfócitos sempre altos devem ser motivo de preocupação?

Se você já fez o exame, repetiu depois de um tempo e a sua contagem de linfócitos continua alta, peça exames complementares para o seu médico.

Ao mesmo tempo que você pode estar lidando com uma condição simples, pode estar lidando também com câncer que possuem sintomas silenciosos inicialmente. É importante que o médico investigue qual é a condição que está causando linfócitos típicos altos. 

Agora você já sabe quais são as possíveis causas de linfócitos altos

Através desse conteúdo buscamos apresentar algumas das condições que podem ser a causa de você observar a contagem de linfócitos altos no seu hemograma.

Embora na maioria das vezes ela esteja associada a infecções de curto prazo como gripes, é importante saber quando procurar um médico, e quando esses valores podem representar um risco em potencial para a sua saúde.

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