Tireoidite de hashimoto: O que é?

fevereiro 2024

Leitura: 13 min.

A tireoidite de Hashimoto é um tipo de inflamação autoimune e crônica que atinge uma glândula muito importante e responsável por desempenhar diversas funções em nosso organismo, a tireoide.

Essa glândula é responsável por produzir alguns hormônios que são fundamentais, pois afetam processos como o metabolismo, o crescimento, a memória e a concentração. 

Por isso, é importante conhecer quais são os sintomas e tratamentos dessa condição para que você possa manter os níveis hormonais adequados e reduzir os prejuízos para a sua saúde.

O que é tireoidite de Hashimoto?

A tireoidite de hashimoto também é conhecida pelo nome de tireoidite crônica, e é caracterizada como uma doença autoimune que ataca as células de uma glândula fundamental para a regulação de diferentes funções no nosso organismo, a tireoide.

As doenças autoimunes são aquelas nas quais o próprio organismo do indivíduo ataca as células boas de algum órgão saudável e com bom funcionamento.

Isso pode levar ao comprometimento de diversas funções, dependendo de qual órgão está recebendo o ataque das células do sistema imune.

No caso da tireoide, que é a glândula alvo na tireoidite de Hashimoto, ela é responsável por auxiliar no regulamento de vários órgãos e manter o equilíbrio do corpo. 

Pois atua principalmente na produção de hormônios que afetam processos como o metabolismo, o crescimento, a memória e também a concentração. 

Mulher sendo examinada

Tireoidite de Hashimoto e hipotireoidismo são a mesma coisa?

Uma dúvida bastante comum e pertinente sobre a tireoidite de hashimoto, é a sua relação com o hipotireoidismo.

Ao contrário do que muitas pessoas podem pensar, essas duas condições são diferentes, mas podem estar intimamente relacionadas. 

Isso ocorre pois a tireóide sofre uma inflamação ao ser atacada progressivamente pelas células do sistema imune.

Quanto mais é atacada menos tecido funcionante é capaz de produzir os hormônios tireoidianos, como o T3 e o T4, por isso é comum que ela seja uma das possíveis causas do hipotireoidismo, que é uma condição caracterizada pela baixa produção hormonal na tireoide.

Acredita-se ainda que a tireoidite de hashimoto seja uma condição mais comum em mulheres e que ela seja hereditária, sendo mais comum em famílias com vários membros que apresentam também a condição.

Sintomas de tireoidite de Hashimoto

A tireoidite de hashimoto é uma condição de evolução lenta e geralmente silenciosa, ou seja, os sintomas raramente são percebidos.

Entretanto, conforme a doença progride e o paciente adquire o hipotireoidismo resultante dessa condição, pois como comentado anteriormente essa condição ocorre quando a tireóide já não é mais capaz de produzir hormônios em quantidades suficientes para suprir as necessidades do organismo.

Desse modo, é possível que a tireoidite de Hashimoto se manifeste através dos sintomas de hipotireoidismo, como:

  • Cansaço; 
  • Intolerância ao frio;
  • Pouca disposição para o trabalho;
  • Sono excessivo
  • Intestino preso; 
  • Aumento de peso;
  • Depressão; 
  • Pele seca; 
  • Unhas fracas; 
  • Esquecimento; 
  • Voz rouca. 

Além disso, a tireoidite de hashimoto pode causar também um aumento na região da garganta, onde a tireoide está localizada. 

Esse aumento é semelhante a um inchaço, a tireoide pode ficar mais firme ou mais fácil de ser sentida. 

Entenda as causas da tireoidite de Hashimoto

Embora ainda não haja um consenso sobre as causas reais do aparecimento da tireoidite de hashimoto vários estudos apontam dois fatores principais para o seu aparecimento:

  • Genética: Sabe-se que a tireoidite de hashimoto é mais comum em pessoas que apresentam a condição em diversas pessoas da mesma família. A doença também pode ser desencadeada após uma infecção por vírus ou bactéria.
  • Excesso de iodo na alimentação: O iodo em quantidades muito elevadas pode causar lesões nas células e alterar as proteínas na glândula fazendo com que ela não seja reconhecida pelo sistema imune.

Existem alguns estudos com enfoque a entender quais são os possíveis fatores que influenciam no aparecimento da Tireoidite de Hashimoto.

Como diagnosticar tireoidite de hashimoto?

Geralmente um paciente procura o consultório médico para diagnóstico quando a doença já está em estágios avançados e já desenvolveu o hipotireoidismo. 

Além de uma avaliação clínica com base nos sintomas apresentados, o médico também solicitará exames laboratoriais. 

Dentre esses exames podemos destacar:

  • Tireoperoxidase (anti-TPO) ou autoanticorpos tireoidianos
  • Dosagem de hormônios T3 e T4 (hormônios produzidos pela tireoide)
  • Dosagem de TSH (principal hormônio que regula a tireoide)
  • Ultrassonografia da tireoide

A ultrassonografia da tireoide é solicitada apenas se houver a presença de nódulos palpáveis, entretanto, é importante notar que cada caso é avaliado de maneira individual e cabe ao médico identificar a necessidade de solicitar exames complementares para o diagnóstico da condição.

O médico mais adequado para tratar a tireoidite de hashimoto é o médico especialista em endocrinologia. 

Mulher com tireoidite de hashimoto

Tratamento para tireoidite de Hashimoto

Muitas pessoas se perguntam se a “tireoidite de Hashimoto tem cura?” e a resposta para essa pergunta é não.

Infelizmente não há uma cura definitiva para essa condição, entretanto existe tratamento que ajuda a minimizar os efeitos causados pela doença.

O tratamento está relacionado principalmente quando o indivíduo apresenta hipotireoidismo e consiste na reposição de hormônios que não são mais produzidos pela tireoide. 

Esse tratamento poderá durar por toda a vida do paciente, visando que ele tenha uma melhor qualidade de vida. 

O tratamento da tireoidite de Hashimoto pode envolver o uso de medicamentos que proporcionem uma reposição dos hormônios que são naturalmente produzidos pela tireoide, através medicamentos para tireoidite de hashimoto como a levotiroxina, o levoid e outros.

Existem alguns casos onde a inflamação na tireóide pode causar dificuldade para respirar ou consumir alimentos por conta do aumento de volume.

Nesses casos, é recomenda-se a remoção do órgão através de um procedimento cirúrgico chamado tireoidectomia. 

Através do uso de medicamentos o paciente poderá levar uma vida comum e sem grandes modificações na sua rotina. 

Dieta para tireoidite de Hashimoto 

Algumas pessoas com tireoidite de Hashimoto acham que a condição está relacionada à alimentação, isso porque a tireoidite de Hashimoto engorda quando o indivíduo alcança a fase do hipotireoidismo. 

Isso se dá devido a um menor gasto de energia por parte do paciente por conta do seu metabolismo estar afetado e ser mais lento.

Por isso, não existe qualquer tipo de alimento que precise ser evitado ou deixado de lado para o consumo.

É importante iniciar o tratamento de reposição hormonal para que o seu organismo possa funcionar de maneira adequada e investir em uma alimentação saudável e balanceada. 

Sabe-se que alimentos com iodo em excesso podem prejudicar a tireoide, mas que quantidades normais são necessárias para manter a glândula em funcionamento.

Tireoidite de hashimoto é perigoso? É possível engravidar?

A tireoidite de hashimoto é uma condição perigosa no sentido de que ela ataca um órgão saudável e impede que ele desempenhe a sua função normalmente.

Por isso, ela está relacionada ao desenvolvimento de hipotireoidismo que pode impactar negativamente a sua qualidade de vida.

Sintomas como fadiga, ganho de peso, ressecamento da pele, queda dos cabelos, aumento das taxas de colesterol e depressão são consequências comuns da síndrome.

Por outro lado, ela também pode estar relacionada com as reduções de chances de gravidez, isso ocorre, pois os hormônios produzidos pela tireoide também são importantes para o aparelho reprodutor masculino e feminino.

Entretanto, com o acompanhamento médico, é possível ter uma gestação dependendo de cada caso individual.

Agora você já sabe tudo sobre essa condição

Através desse conteúdo, buscamos apresentar o que é a tireoidite de Hashimoto e quais são seus impactos na vida de quem sofre com ela. 

Apesar de não existir uma cura para essa condição é possível realizar um tratamento que visa minimizar os sintomas e melhorar a qualidade de vida.

Em caso de suspeita, não deixe de procurar um profissional de saúde para que ele possa avaliar e solicitar os exames necessários para o diagnóstico.

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