Síndrome do ovário policístico: O que é e como tratar?

setembro 2023

Leitura: 16 min.

A síndrome do ovário policístico é uma  das principais síndromes causadoras de infertilidade sendo considerada um distúrbio hormonal comum.

Geralmente ela se desenvolve em conjunto com uma série de comorbidades que precisam de tratamento para melhorar a qualidade de vida do paciente.

Ou seja, embora não haja uma cura propriamente dita, existem uma série de medidas que o paciente poderá adotar para reduzir o impacto dessa síndrome na vida do paciente.

E, para que você possa conhecer mais detalhes sobre o que se trata a síndrome dos ovários policísticos, elaboramos um conteúdo repleto de informações.

O que é síndrome do ovário policístico?

A síndrome do ovário policístico é caracteriza-se como um distúrbio hormonal que se manifesta nos ovários, que são responsáveis pelos hormônios sexuais femininos. 

Esse distúrbio hormonal leva a formação de cistos nos ovários, que são pequenas bolsas que contêm material líquido ou semissólido, fazendo com que eles aumentem de tamanho por conta da alteração nos níveis hormonais.

A principal causa da síndrome do ovário policístico não está esclarecida, mas hipóteses reforçam que ela teria origem genética e que há uma ligação direta entre a doença e a resistência da ação da insulina no organismo.

Essa resistência gera um aumento do hormônio na corrente sanguínea e consequentemente provoca um desequilíbrio hormonal. 

A síndrome pode acometer 7% das mulheres em idade reprodutiva, nos Estados Unidos ela é a causa mais comum dentre os problemas de fertilidade. 

Uma imagem de um ovário policístico

Sintomas de síndrome do ovário policístico

Ao contrário do que muitas pessoas pensam, a síndrome do ovário policístico é definida pelos seus sintomas e não pela presença de cistos no ovário.

Em geral, os sintomas se manifestam na puberdade, que resulta em uma amenorréia primária, ausência de menstruação, portanto é bem improvável que uma mulher que passou por menstruações regulares desenvolva a síndrome. 

É bastante comum que as mulheres, mesmo que os primeiros sintomas da síndrome comecem a se manifestar na adolescência, descubram a síndrome entre a faixa etária de 20 a 30 anos de idade. 

Além da ausência de menstruação, os síndrome do ovário policístico sintomas podem se manifestar da seguinte maneira:

  • Fluxo menstrual irregular: menstruações são espaçadas, a mulher menstrua apenas poucas vezes por ano, mas também pode haver menstruação intensa ou ausência de menstruação;
  • Hirsutismo: aumento dos pelos no rosto, seios e abdômen;
  • Obesidade: tendência à obesidade, sendo que o ganho de peso piora a síndrome;
  • Acne: provocado pela maior produção de material oleoso pelas glândulas sebáceas;
  • Infertilidade;
  • Sinais de virilização: Afinamento dos pelos temporais;
  • Distúrbios do sono: Problemas relacionados ao sono (incluindo apneia do sono);
  • Pêlos do corpo masculinizados: Por exemplo lábio superior, queixo, costas, polegares e dedos dos pés; ao redor dos mamilos; e ao longo da linha alba do abdome inferior;
  • Acantose nigricante: Áreas de espessamento e escurecimento da pele que podem aparecer nas axilas, na base do pescoço e nas dobras da pele e articulações dos dedos e/ou cotovelos; a causa é altos níveis de insulina devido à resistência à insulina.
  • Alterações de humor: Incluem também sintomas como depressão e ansiedade

Em casos mais graves, a síndrome do ovário policístico pode predispor o desenvolvimento de diabetes, doenças cardiovasculares e até mesmo câncer endometrial. 

Como a síndrome do ovário policístico é diagnosticada?

Para obter o diagnóstico da síndrome do ovário policístico, é importante consultar um profissional especializado em ginecologia.

Pois, ele estará apto a solicitar uma bateria de exames que envolvem exame clínico, ginecológico e laboratoriais.

Além disso, poderá fazer perguntas relacionadas aos principais sintomas da síndrome e também ao seu fluxo menstrual.

Dentre os principais exames que podem ser solicitados pelo seu ginecologista os mais comuns são:

  • Ultrassonografia pélvica: Onde é possível observar a dilatação do clitóris e dos ovários.
  • Exame de sangue: Para verificar os níveis de hormônios como estrogênio, folículo estimulante (FSH), luteinizante (LH), testosterona, tireoide e prolactina/
  • Exames complementares: Verificaram a presença de diabetes, mudanças no colesterol e a presença de câncer de útero.

Todos esses exames irão auxiliar no diagnóstico da síndrome do ovário policístico. Entretanto é importante saber que mulheres que apresentam apenas sinais de ovários policísticos ao ultrassom sem desordens de ovulação ou hiperandrogenismo não devem ser consideradas como portadoras da síndrome dos ovários policísticos.

Para o diagnóstico, são necessários 2 dos 3 critérios a seguir:

  • Disfunção ovulatória causando irregularidade menstrual
  • Evidência clínica ou laboratorial de hiperandrogenismo
  • > 10 folículos por ovário (detectados na ultrassonografia pélvica), geralmente na periferia, parecendo um colar de pérolas

O grupo de risco de portadoras da síndrome são aquelas mulheres que possuem grau de parentesco com outras mulheres também portadoras da síndrome dos ovários policísticos.

Portanto, se você faz parte desse grupo não hesite em buscar por atendimento com especialistas em síndrome do ovário policístico.

Através deles será possível iniciar o seu tratamento, pois quanto antes o tratamento iniciar menores são as chances do desenvolvimento de sintomas graves. 

Tratamentos para síndrome do ovário policístico

Muitas pessoas se questionam se a síndrome do ovário policístico tem cura, ela é uma doença crônica, ou seja, não tem cura e seu tratamento objetiva a melhora dos sintomas.

Normalmente, o tratamento envolve o uso de medicamentos para reduzir os sintomas causados pela síndrome do ovário policístico. 

Cabe a avaliação do profissional de saúde para definir o tratamento mais adequado de maneira individualizada.

  • Anticoncepcionais orais: São utilizados na primeira linha de tratamento, pois auxilia na melhora dos sintomas como aumento de pelos, aparecimento de espinhas, irregularidades menstruais e cólicas.  Como contraceptivos ou progestinas de estrogênio/progestina;
  • Cirurgia: Método para tratar a síndrome do ovário policístico cada vez menos comum por conta da eficácia de outros tipos de tratamento; 
  •  Antidiabetogênicos orais: A síndrome pode ser associada à resistência insulínica, por isso utiliza-se medicamentos para diabetes, como a metformina ou outros sensibilizadores da ação da insulina;
  • Dieta e atividade física: A prática de atividade física regular pode ajudar na indução da ovulação e tornar os ciclos menstruais mais regulares principalmente quando as pacientes apresentam quadro de obesidade. 

Uma outra situação é saber se quem tem síndrome do ovário policístico pode engravidar, e como é feito esse tratamento. 

Como o uso de anticoncepcionais como  medicamento para síndrome do ovário policístico primeira é o tratamento de primeira linha para a síndrome dos ovários policísticos, é preciso encaminhar as pacientes que desejam engravidar para especialistas em infertilidade.

Geralmente, nesses casos utilizam-se medicamentos como o Clomifeno que é atualmente a terapia de primeira linha para infertilidade.

É importante um acompanhamento multidisciplinar, pois caso mulheres com SOPC engravidarem e se houver obesidade, o risco de complicações na gestação é maior. 

Essas complicações incluem diabetes gestacional, parto prematuro e pré-eclâmpsia.

Uma mulher com síndrome do ovário policístico

Síndrome do ovário policístico exercício físico e dieta

Se você tem a síndrome do ovário policístico e sofre de obesidade e também diabetes, é importante fazer a mudança de hábitos e da sua rotina.

Por isso, além do auxílio dos médicos é importante que você passe a se exercitar regularmente para melhorar a sua saúde para que você possa reduzir os sintomas da síndrome do ovário policístico.

Para isso, você pode começar a fazer caminhadas diariamente ou então começar musculação com o auxílio de um educador físico profissional.

Além disso, uma dieta que é bastante eficaz para quem deseja modificar a alimentação é a dieta low carb.

Que consiste em uma dieta com restrição do consumo de carboidratos, principalmente aqueles vindos de pães brancos, bolos, doces, alimentos industrializados e que combinem açúcar e gordura ruim na receita.

Ou seja, não se trata de eliminar totalmente o carboidrato da sua alimentação, mas reduzir as porções e substituir por carboidratos complexos.

A partir disso, modificar a sua alimentação para incluir o uso de alimentos funcionais que favorecem o bom uso da insulina.

O treinamento Desafio 19 dias, é um curso voltado para quem deseja iniciar a dieta low carb e também começar a fazer exercícios por si só.

Além de ter muitos benefícios incluídos e poder participar de uma comunidade com outras pessoas que também estão na luta para perder peso.

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Comorbidades associadas à síndrome

O tratamento da síndrome do ovário policístico é essencial para melhorar a qualidade de vida das pacientes e também evitar o aparecimento de outras doenças.

Por conta da alteração hormonal é bastante comum que pessoas com síndrome do ovário policístico sofram de depressão e ansiedade.

Por isso, o acompanhamento com um psicólogo e um psiquiatra também é recomendado, para monitorar esses problemas. 

Além disso, a síndrome dos ovários policísticos pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares.

Para evitar passar por esses problemas é importante manter constante vigilância com um médico cardiologista. 

Ele poderá avaliar não apenas a presença de doenças cardiovasculares, mas também síndrome metabólica.

E, por último, apesar do tratamento com hormônios ajudar a evitar a hiperplasia ou carcinoma endometrial, é importante consultar o ginecologista periodicamente principalmente se você apresentar sangue vaginal anormal.

Agora você já conhece tudo sobre a síndrome

Através desse conteúdo buscamos apresentar o que é a síndrome do ovário policístico, quais são seus principais sintomas e como se dá o tratamento.

O tratamento envolver uma mudança de estilo de vida que inclui o uso de medicamentos, alimentação equilibrada e também uma rotina de exercícios.

Ela vai ajudar a evitar que certos fatores se agravem, e assim permitir que você possa ter uma qualidade de vida melhor.

Principalmente se você deseja fazer tratamento para ter filho, é preciso estar com todos os parâmetros da síndrome em equilíbrio. 

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